sábado, 26 de outubro de 2013

Jesus era Muçulmano!

Para os seguidores do Isslam, o termo “Musslim” ou “muçulmano”, que significa “submisso”, já vem muito antes da vinda do profeta Muhammad (saws), pois não só no sagrado AlQur’án como também nos outros Livros revelados a profetas anteriores, foram utilizados termos equivalentes a “Isslam” e “Musslim”. Todos os profetas foram enviados pelo mesmo e único Deus, eram muçulmanos (submissos a Ele) e também ensinaram a mesma religião: Isslam (submissão voluntária a Deus).
A Revelação que Muhammad (saws) recebeu veio da mesma Fonte que as anteriores, tendo sido uma continuação das mensagens antecedentes, assim como a de Jesus(as) foi uma continuação da mensagem enviada a Moisés(as), e este por sua vez deu continuidade à mensagem de José(as), este de Jacob(as) e assim sucessivamente; é por isso que Deus afirma que esta é uma continuação da religião de Abraão(as).
Acreditar em todos os profetas enviados por Deus é uma exigência essencial do Isslam, pois todos eles trouxeram a mesma mensagem. Portanto, assim como outros profetas, Jesus(as) também era muçulmano, ou seja, submisso à vontade de Deus.
Nos primeiros dias do ressurgimento do Isslam, alguns teólogos cristãos consideraram esta religião como sendo simplesmente uma seita cristã. Essa foi a situação até um pouco antes das Cruzadas, quando uma campanha de ódio e falsidade contra o Isslam foi lançada e prosseguida de forma sistemática.
A posição isslâmica foi claramente anunciada pelo sagrado Al-Qur’án da seguinte forma:
«Ó gente da Escritura (judeus e cristãos)! Vinde a uma palavra comum entre nós e vós, nomeadamente, que não adoremos outro senão a Deus, que não associemos nada (parceiros) a Ele e que não tomemos uns aos outros por senhores além de Deus (i.e. não adoremos a profeta ou santo algum). Se eles te voltarem as costas, diga: Sede testemunhas de que nós pelo menos somos muçulmanos (submissos à vontade de Deus).»[Al-Qur’án 3:64]
O ponto principal que opõe os muçulmanos dos cristãos é a pessoa de Jesus(as). Os cristãos atuais acreditam que Jesus é Deus ou filho de Deus, e como os muçulmanos não atribuem divindade alguma a Jesus(as) e nem a qualquer outro ser, então os cristãos consideram-nos de “anticristo”. Isso está completamente errado, pois é um princípio da fé isslâmica acreditar em Muhammad(saws), Jesus, Moisés e todos outros profetas (asws) como mensageiros de Deus divinamente inspirados. ALLAH (swt) ordena o seguinte:
«Diz (ó Muhammad): Nós cremos em Deus e naquilo que foi enviado para nós e o que foi enviado para Abraão, Ismael, Isaac, Jacob e para as tribos, e o que foi dado a Moisés, a Jesus e aos profetas, pelo seu Senhor; não fazemos distinção entre nenhum deles e submetemo-nos a Ele.» [Al-Qur’án 3:84]
«E demos-lhe por filho Isaac e Jacob (filho de Isaac e neto de Abraão); a ambos guiamos. E a Noé guiamo-lo antes. E de sua descendência, guiamos a David, e a Salomão, e a Jacob, e a José, e a Moisés e a Aarão, e assim recompensamos os benfeitores. E a Zacarias, e a João Batista, e a Jesus, e a Elias, todos eram homens justos. E a Ismael, e a Eliseu, e a Jonas, e a Lot, e a todos eles preferimos aos mundos.» [Al-Qur’án 6:84-86]
The Sautul Isslam Team

domingo, 28 de julho de 2013

Banca Isslâmica - A Banca Halál (Lícita)

O Doutorado em Economia, Ernst F. Schumacher, inseriu a seguinte citação no seu livro “O Pequeno é Belo”: «A saúde espiritual e o bem-estar material não são inimigos, mas sim aliados naturais». O Oriente sabe que a matéria e o espírito são as extremidades duma mesma linha, enquanto no Ocidente são linhas de trabalho completamente distintas e independentes entre si.
O Ocidente criou uma economia inconsciente e violenta que ataca a natureza e o ser humano, uma economia hipertrófica que está nos seus limites. Se este “Titanic” em processo de colisão não corrigir o rumo desenfreado que leva, acabará por colidir definitivamente contra a sua própria criação, tal como temos vindo a presenciar nos últimos dois anos, e será engolido por ela.
Os bancos, grandes responsáveis e elementos participativos deste sistema económico, são um reflexo fidedigno do que aqui se diz, pois o seu objectivo é apenas maximizar os lucros e benefícios, fazendo com que estes sejam cada vez maiores, ano após ano.
Mas, nesta corrida que parece não ter fim, esqueceram-se que não há nada no mundo ou em todo o Universo que tenha um crescimento contínuo, sempre em linha recta para cima até o infinito, pois tudo o que sobe, desce, assim como a noite segue o dia e a maré baixa segue a alta. O que está a acontecer neste momento, não é mais do que um novo aviso perante essa ambição desmedida de um sistema financeiro especulativo, ganancioso e ao estilo do de casino.
É neste cenário de turbulência financeira e económica que o sistema bancário isslâmico tem algo a dizer, oferecendo uma alternativa à banca comum que temos vindo a conhecer até agora. Não com intenção de substituí-la, mas de proporcionar uma outra oportunidade ao cidadão, seja ele muçulmano ou não, e às empresas que assim o desejarem, de modo a poderem tomar uma opção diferente, com ética, transparente e responsável no que toca à sociedade em conjunto.
Quando se fala em finanças isslâmicas refere-se tacitamente à banca Halál (lícita), pois na realidade, estes dois conceitos não podem ser dissociados um do outro. Isso significa que há normas a serem cumpridas e regras e princípios éticos a serem respeitados, de acordo com a forma como o Isslam compreende o mundo em geral e a área de finanças em particular.
Desta forma, existem alguns princípios básicos que devem ficar bem claros desde o início, sem os quais este tipo de finanças não pode ser considerada isslâmica ou Halál. Por exemplo, não são autorizados investimentos em áreas que o Shari’ah entende como prejudiciais à comunidade, tais como as relacionadas com armamento, pornografia, álcool, tabaco ou suínos; todos estes sectores são considerados Harám (proibido).
E consta ainda no sagrado Al-Qur’án [2:275]: «ALLAH tornou lícito o comércio e proibiu o Ribá (juros e usura)» ; portanto, determinou-se assim a proibição de juros e usura. Aqui é necessário uma clarificação semântica, pois tal como se entende no sistema bancário ocidental, a usura é considerada como um lucro abusivo, enquanto no Isslam, usura é juro, por menor que seja.
A especulação não é permitida, pois o dinheiro é um meio e não um activo em si; portanto, para obter qualquer benefício monetário, o dinheiro deve estar necessariamente vinculado ao trabalho. Desta forma, é fácil concluir que no Isslam, o desenvolvimento económico é uma relação entre capital e trabalho.
De acordo com o que foi dito anteriormente, é bem provável que surja a seguinte pergunta: Se dirigir-me a algum banco isslâmico para pedir um empréstimo, será que me darão sem ter que pagar nada para além do capital que me for emprestado?
Obviamente que a resposta é não, pois mesmo os bancos isslâmicos têm a necessidade de obter retorno sobre o valor dos seus serviços; caso contrário, a sua existência não seria possível. Então, onde está a diferença?
O que o sistema bancário isslâmico faz é cobrar uma taxa fixa, pré-estabelecida e não abusiva, como pagamento do serviço prestado. Se pretendemos adquirir um bem ou serviço, o banco compra-o e depois vende-o a um preço superior, pagando o cliente este novo valor, diferido no tempo.
Se pretendemos utilizar esse bem durante um tempo determinado, nesse caso o que o banco faz é adquiri-lo e imediatamente alugá-lo a nós, estipulando de antemão o montante de cada contribuição periódica e o espaço de tempo em que as mesmas serão pagas; isto é algo semelhante ao que nos bancos ocidentais se conhece por “leasing”.
Outra forma de aceder ao capital do banco é quando se pretende iniciar um negócio; neste caso, o que o banco faz é tornar-se sócio do interessado, entrando participativamente como sócio da empresa, no total ou em parte do risco envolvido, obtendo por seu turno lucros e benefícios quando existem e suportando igualmente os prejuízos, caso estes ocorram e o negócio não seja lucrativo.
Em todos estes exemplos existe um factor comum, pois contrariamente ao que estamos habituados, a banca isslâmica partilha também o risco com o seu cliente. Pode ganhar, mas também pode vir a perder, situação que não acontece nos bancos do sistema ocidental, que sempre saem com ganhos mas nunca participam nas perdas do capital.
Do que se sabe, os empréstimos bancários têm sido destinados somente àqueles que possuem algum património próprio, porém nunca aos que têm boas e viáveis ideias de negócio mas que carecem de capital. A estes últimos, a banca isslâmica também pode conceder créditos.
O sistema que a banca ocidental disponibiliza para garantir o reembolso do capital emprestado compromete os bens do devedor, os quais por norma representam um valor muito superior ao do empréstimo solicitado; ou seja, o resultado é sempre a celebração de um contrato predatório, mas paradoxalmente legal e socialmente aceite. Se por ventura as coisas vierem a correr mal, o devedor perderá tudo. Relativamente a esta situação, Mark Twain disse: «Um banqueiro é alguém que quando o sol brilha, deixa um guarda-chuva, quando começa a chover, retira-o».
Em contrapartida, ao partilhar o risco e ao participar no ganho e na perda, a banca isslâmica torna o sistema económico-financeiro muito mais justo e equitativo. Por conseguinte, o que o sistema bancário ocidental baseado nos juros faz é ampliar as desigualdades sociais, contrariamente ao sistema isslâmico, que é muito mais equilibrado e responsável, uma vez que também se envolve no sucesso empresarial e na gestão, pois se o cliente perde o banco também perde. Sendo assim, deduz-se que os empreendimentos levados a cabo através de financiamento isslâmico têm mais probabilidade de chegar a bom porto.
Como já foi mencionado, outra diferença substancial no sistema bancário isslâmico é a ausência de especulação financeira. Portanto, toda a actividade económica está focada numa economia real, dando lugar à criação de capital para empresas e postos de trabalho, gerando mais riqueza mas menos ricos.
O que o sistema especulativo de financiamento ocidental faz é tornar os preços mais elevados de matérias-primas e bens necessários à subsistência digna da população, principalmente aquela que ocupa o Hemisfério Sul, provocando assim o aumento das bolsas de pobreza e promovendo um sistema injusto e desigual, alargando o fosso entre ricos e pobres.
Uma outra característica da banca isslâmica é que a dívida não pode ser vendida nem “mudar de mãos”. O risco de assumi-la desde o início até o fim deve ser apenas do credor original, ou seja, do banco que cedeu os direitos do crédito. Esta prática está totalmente normalizada no sistema bancário que conhecemos e é uma das principais razões que tem levado ao colapso do “castelo de cartas” e à crise sistémica que experienciamos, com a venda de dívidas hipotecárias (prime e suprime) .
Foi dito que quando se refere à banca isslâmica fala-se duma banca ética, apesar da associação de banca com ética soar como um oximoro e parecer uma contradição não só aos nossos ouvidos, como também devido a experiências pessoais de clientes do sistema bancário ocidental. Entretanto, isso é algo realmente possível dentro do sistema bancário isslâmico, já que este não só se interessa pelo lucro como também pelos indivíduos e pela comunidade, detendo um importante interesse social.
Tal como se mencionou anteriormente, o sistema bancário isslâmico não permite o financiamento de projectos que estejam contra os princípios do Shari’ah. Para além disso, também não é permitido financiar empresas que exploram a natureza de forma desmedida ou que recorrem à mão-de-obra infantil.
Fora tudo isso, o cliente pode decidir a que tipo de investimento se destina o seu dinheiro e conhecer a situação do seu capital a qualquer momento.
Portanto, pode-se afirmar sem qualquer equívoco que esta forma de banca representa uma nova alternativa para o que tem sido o sistema financeiro que conhecemos. É um modelo de investimento socialmente responsável, que cuida não só do capital como também da comunidade.
Assim, relativamente ao sistema de juros, usura e especulação, a única alternativa é a banca ética, neste caso a banca ética isslâmica, para superar as injustiças sociais de um capitalismo voraz (devorador).
No sagrado Al-Qur’án, Jesus é apresentado como um profeta, mensageiro e enviado de ALLAH. Jesus não era cristão, não instituiu uma nova religião e nem fundou uma nova Igreja, pois tinha sido enviado às «ovelhas perdidas da casa de Israel» [S. Mateus 15:24] e para aperfeiçoar as Leis que tinham sido reveladas a Moisés [S. Mateus 5:16]. Então, que religião advogava ele?
Para esclarecer este ponto, é necessário antes explicar o conceito de Isslam, pois muitos que não conhecem a realidade, julgam que esta é uma religião associada apenas ao profeta Muhammad (SAW) e que ALLAH é apenas o “Deus” dos muçulmanos.
Segundo o sagrado Al-Qur’án, “Isslam” significa “submissão voluntária a Deus”; logo, ser muçulmano quer dizer acreditar num único Deus, submeter-se às Suas ordens, cumprir os Seus mandamentos, acreditar na vida após a morte, nos anjos, em todos os mensageiros, nos Livros e nas mensagens puras a eles reveladas. Portanto, Isslam é o termo universal que descreve a única religião instituída por Deus aos humanos, através dos Seus vários mensageiros, desde Ádam (AS), o primeiro, até Muhammad (SAW), o último.
Para os seguidores do Isslam, o termo “Musslim” ou “muçulmano”, que significa “submisso”, já vem muito antes da vinda do profeta Muhammad (SAW), pois não só no sagrado Al-Qur’án como também nos outros Livros revelados a profetas anteriores, foram utilizados termos equivalentes a “Isslam” e “Musslim”.
Todos os profetas foram enviados pelo mesmo e único Deus, eram muçulmanos (submissos a Ele) e também ensinaram a mesma religião: Isslam (submissão voluntária a Deus).
A Revelação que Muhammad (SAW) recebeu veio da mesma Fonte que as anteriores, tendo sido uma continuação das mensagens antecedentes, assim como a de Jesus foi uma continuação da mensagem enviada a Moisés, e este por sua vez deu continuidade à mensagem de José, este de Jacob e assim sucessivamente; é por isso que Deus afirma que esta é uma continuação da religião de Abraão.
Acreditar em todos os profetas enviados por Deus é uma exigência essencial do Isslam, pois todos eles trouxeram a mesma mensagem. Portanto, assim como outros profetas, Jesus também era muçulmano, ou seja, submisso à vontade de Deus.
Nos primeiros dias do ressurgimento do Isslam, alguns teólogos cristãos consideraram esta religião como sendo simplesmente uma seita cristã. Essa foi a situação até um pouco antes das Cruzadas, quando uma campanha de ódio e falsidade contra o Isslam foi lançada e prosseguida de forma sistemática.
A posição isslâmica foi claramente anunciada pelo sagrado Al-Qur’án da seguinte forma:
«Ó gente de Escritura (judeus e cristãos)! Vinde a uma palavra comum entre nós e vós, nomeadamente, que não adoremos outro senão a Deus, que não associemos nada (parceiros) a Ele e que não tomemos uns aos outros por senhores além de Deus (i.e. não adoremos a profeta ou santo algum). Se eles te voltarem as costas, diga: Sede testemunhas de que nós pelo menos somos muçulmanos (submissos à vontade de Deus).»
[Al-Qur’án 3:64]
O ponto principal que opõe os muçulmanos dos cristãos é a pessoa de Jesus. Os cristãos actuais acreditam que Jesus é Deus ou filho de Deus, e como os muçulmanos não atribuem divindade alguma a Jesus e nem a qualquer outro ser, então os cristãos consideram-nos de “anticristo”. Isso está completamente errado, pois é um princípio da fé isslâmica acreditar em Muhammad, Jesus, Moisés e todos outros profetas como mensageiros de Deus divinamente inspirados.
ALLAH ordena o seguinte:
«Diz (ó Muhammad): Nós cremos em Deus e naquilo que foi enviado para nós e o que foi enviado para Abraão, Ismael, Isaac, Jacob e para as tribos, e o que foi dado a Moisés, a Jesus e aos profetas, pelo seu Senhor; não fazemos distinção entre nenhum deles e submetemo-nos a Ele.»
[Al-Qur’án 3:84]
«E demos-lhe por filho Isaac e Jacob (filho de Isaac e neto de Abraão); a ambos guiamos. E a Noé guiamo-lo antes. E de sua descendência, guiamos a David, e a Salomão, e a Jacob, e a José, e a Moisés e a Aarão, e assim recompensamos os benfeitores.
E a Zacarias, e a João Baptista, e a Jesus, e a Elias, todos eram homens justos. E a Ismael, e a Eliseu, e a Jonas, e a Lot, e a todos eles preferimos aos mundos.»
[Al-Qur’án 6:84-86]
JESUS ERA MUÇULMANO
No sagrado Al-Qur’án, Jesus é apresentado como um profeta, mensageiro e enviado de ALLAH. Jesus não era cristão, não instituiu uma nova religião e nem fundou uma nova Igreja, pois tinha sido enviado às «ovelhas perdidas da casa de Israel» [S. Mateus 15:24] e para aperfeiçoar as Leis que tinham sido reveladas a Moisés [S. Mateus 5:16]. Então, que religião advogava ele?
Para esclarecer este ponto, é necessário antes explicar o conceito de Isslam, pois muitos que não conhecem a realidade, julgam que esta é uma religião associada apenas ao profeta Muhammad (SAW) e que ALLAH é apenas o “Deus” dos muçulmanos.
Segundo o sagrado Al-Qur’án, “Isslam” significa “submissão voluntária a Deus”; logo, ser muçulmano quer dizer acreditar num único Deus, submeter-se às Suas ordens, cumprir os Seus mandamentos, acreditar na vida após a morte, nos anjos, em todos os mensageiros, nos Livros e nas mensagens puras a eles reveladas. Portanto, Isslam é o termo universal que descreve a única religião instituída por Deus aos humanos, através dos Seus vários mensageiros, desde Ádam (AS), o primeiro, até Muhammad (SAW), o último.
Para os seguidores do Isslam, o termo “Musslim” ou “muçulmano”, que significa “submisso”, já vem muito antes da vinda do profeta Muhammad (SAW), pois não só no sagrado Al-Qur’án como também nos outros Livros revelados a profetas anteriores, foram utilizados termos equivalentes a “Isslam” e “Musslim”.
Todos os profetas foram enviados pelo mesmo e único Deus, eram muçulmanos (submissos a Ele) e também ensinaram a mesma religião: Isslam (submissão voluntária a Deus).
A Revelação que Muhammad (SAW) recebeu veio da mesma Fonte que as anteriores, tendo sido uma continuação das mensagens antecedentes, assim como a de Jesus foi uma continuação da mensagem enviada a Moisés, e este por sua vez deu continuidade à mensagem de José, este de Jacob e assim sucessivamente; é por isso que Deus afirma que esta é uma continuação da religião de Abraão.
Acreditar em todos os profetas enviados por Deus é uma exigência essencial do Isslam, pois todos eles trouxeram a mesma mensagem. Portanto, assim como outros profetas, Jesus também era muçulmano, ou seja, submisso à vontade de Deus.
Nos primeiros dias do ressurgimento do Isslam, alguns teólogos cristãos consideraram esta religião como sendo simplesmente uma seita cristã. Essa foi a situação até um pouco antes das Cruzadas, quando uma campanha de ódio e falsidade contra o Isslam foi lançada e prosseguida de forma sistemática.
A posição isslâmica foi claramente anunciada pelo sagrado Al-Qur’án da seguinte forma:
«Ó gente de Escritura (judeus e cristãos)! Vinde a uma palavra comum entre nós e vós, nomeadamente, que não adoremos outro senão a Deus, que não associemos nada (parceiros) a Ele e que não tomemos uns aos outros por senhores além de Deus (i.e. não adoremos a profeta ou santo algum). Se eles te voltarem as costas, diga: Sede testemunhas de que nós pelo menos somos muçulmanos (submissos à vontade de Deus).»
[Al-Qur’án 3:64]
O ponto principal que opõe os muçulmanos dos cristãos é a pessoa de Jesus. Os cristãos actuais acreditam que Jesus é Deus ou filho de Deus, e como os muçulmanos não atribuem divindade alguma a Jesus e nem a qualquer outro ser, então os cristãos consideram-nos de “anticristo”. Isso está completamente errado, pois é um princípio da fé isslâmica acreditar em Muhammad, Jesus, Moisés e todos outros profetas como mensageiros de Deus divinamente inspirados.
ALLAH ordena o seguinte:
«Diz (ó Muhammad): Nós cremos em Deus e naquilo que foi enviado para nós e o que foi enviado para Abraão, Ismael, Isaac, Jacob e para as tribos, e o que foi dado a Moisés, a Jesus e aos profetas, pelo seu Senhor; não fazemos distinção entre nenhum deles e submetemo-nos a Ele.»
[Al-Qur’án 3:84]
«E demos-lhe por filho Isaac e Jacob (filho de Isaac e neto de Abraão); a ambos guiamos. E a Noé guiamo-lo antes. E de sua descendência, guiamos a David, e a Salomão, e a Jacob, e a José, e a Moisés e a Aarão, e assim recompensamos os benfeitores.
E a Zacarias, e a João Baptista, e a Jesus, e a Elias, todos eram homens justos. E a Ismael, e a Eliseu, e a Jonas, e a Lot, e a todos eles preferimos aos mundos.»
[Al-Qur’án 6:84-86]

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ISLAM

ISLAM é uma palavra que no idioma árabe significa " submissão". Isto significa de fato aceitar ser submisso ao poder de ALLAH e seguir a todos os seus comandos. A felicidade e  o sucesso nessa vida e na vida futura somente pode ser obtido de forma plena se obedecermos ao nosso criador Allah (Deus único sem sócios e nem parceiros).
Islam não é somente uma religião, mas um sistema completo de vida deixado por nosso criador para que pudessemos viver em harmonia todos os aspectos da vida.

O ISLAM é fundamentado em cinco pilares, são eles :

1. Ter a firme convicção e declarar que não existe nada ou ninguém que seja digno de adoração exceto Allah e que o profeta Muhammad é servo e mensageiro de Allah. (Laa Ilaaha IIlallaah, Muhammadur- Rasululaah.)

Isso significa Emmaan (Fé)

2. Realizar cinco orações ao dia (Salaah) - Com a intenção sincera de agradar a Deus e somente ele.

3. Pagar o Zakat (se tiver possibilidade) - pagar um tributo social uma vez ao ano de 2,5%  sobre os seu ganho excedente, visando agradar a Deus e diminuir a diferença social entre os necessitados  e os ricos.

4. Realizar o JEJUM no mês de Ramadã. - Se a pessoa estiver apta a fazê-lo

5. Realizar o Hajj uma vez na vida, (Perigrinação  a cidade sagrada de Makka) se a pessoa possuir condições para isso, financeira, saúde, moral e física.

A pessoa que aceita o Islam é conhecida como Muslim (Muçulmana) que siginfica submissa a seu criador, um muçulmano é exortado a realizar tudo aquilo que Allah (Deus) e seu mensageiro profeta Muhammad (Que as bençãos divinais recaiam sobre ele) nos orientaram a realizar.

Allah e seu mensageiro nos orientou a realizar boas ações e se abster de tudo o que é ilícito quer seja para a nossa família, quer seja para a nossa sociedade.

Espero ter respondido a pergunta sobre o que é o Islam, quer saber mais sobre o islam visite a nossa página.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


Islã e Bem-Estar Economia

O Islã não é apenas um sistema econômico, mas, uma doutrina abrangente. A doutrina abrangente não está apenas preocupado com um aspecto particular da vida humana, mas sim que se preocupa com todos os aspectos da vida humana.
Conforme o Islã, esta vida terrena é um teste para os seres humanos. Desenvolvimento deste teste requer a interdependência humana que requer então diferença em graus, ou seja, dons, habilidades etc Isso consequentemente resulta em diferença na riqueza e nos rendimentos que as pessoas tem. Mas, então, ambos, ricos e pobres, como parte deste teste vão ser julgados com base em como eles, individualmente, agiram sobre os benchmarks de gratidão, paciência, obediência e defesa das diretrizes éticas estabelecidas pelo Criador.
Esta consciência nos chegou através da orientação fornecida pelos Profetas que nos foram enviados (que a paz esteja com todos eles), desde Adão até Muhammad (S.A.S)
Os seres humanos são muito mais do que máquinas de maximização de utilidade. Eles são capazes de usar tanto a racionalidade material e racionalidade moral para diferenciar o certo do errado e precisa de reforço para adotar virtudes influenciados por um impulso interior que não seja apenas a interesses materiais.
Este impulso interior pode ser despertado por olhar além dos modelos de maximização da utilidade para reconhecer o fato principal de que os seres humanos estão moralmente sendo apenas um instrumento para o avanço máximo do materialismo.
História do homem econômico é fascinante. Ele tem usado as bênçãos da natureza para encontrar e criar maneiras novas e inovadoras de maximização da utilidade. Mas, no entanto, em todos os pontos no tempo/espaço, ele não se sente saciado. Ele continua pobre "relativamente" aos desejos ilimitados e limitações da natureza. O sonho de ser absolutamente separados apenas continua a ser um sonho na vida de todos. 
Mas, há um lugar que todo mundo chega é onde ninguém acompanha ninguém.
 É na sua sepultura. A crença na vida após a morte é a única coisa que dá sentido a este mundo e dar vida e esse olhar é o pilar mais importante da economia islâmica.
Nos economia mainstream, utilidade (satisfação) é assumido ser alcançado quando a própria pessoa / se consome a bens materiais / serviços que trazem satisfação. Mesmo assim, há espaço em modelos de maximização da utilidade para incorporar empatia, etc altruísmo, mas, os modelos de permanecer neutro e, talvez, justamente por isso, desde que seus objetivos se limitam à 'descrição' e 'previsão' do que 'prescrição'.
Economia islâmicos incorpora valores éticos e exclui os bens de consumo que trazem vários feixes ou perda privada ou perda de bem-estar para a sociedade. Além disso, os valores éticos em Economia islâmicos são muito abrangentes.
Segundo, a economia islâmica traz uma perspectiva de longo prazo para a busca do auto-interesse, informando os seres humanos sobre as conseqüências positivas e negativas de suas ações / opções na vida futura. Resultantly, uma economia islâmica terá de depender menos da regulamentação e governança legal para incentivar o comportamento ético.
Conforme o Islã, a tendência a buscar prazeres mundanos de certos bens / serviços e ações / comportamentos é natural. O teste é para alimentar a própria consciência e lutar contra essas tendências internas e dessa forma crescer além de um certo nível. Este teste é para cada pessoa dentro da sua capacidade individual. Não podemos negar completamente essas tendências. Nem o profeta Muhammad (que a paz esteja com ele), nem os califas piedosos (RTA) utilizados outros meios que não a persuasão moral para inculcar um comportamento paralelo justo ao lado dessas tendências naturais  que  permaneçam meras tendências, ou seja, fraco o suficiente para não influenciar as escolhas importantes dos seres humanos e fazem isso em questões que envolvem uma questão moral.
Ao invés de elogiar os seres humanos em seus instintos animalescos a continuar a ter um comportamento focado no bem-estar material , o Islã inculca piedade, bondade, cooperação e responsabilidade comum aos humanos. Em alguns casos, o Islã orienta explicitamente como evitar extravagância, prodigalidade e usar determinados produtos e serviços que prejudicam a existência de um ser humano ético e bem-estar de forma individual e / ou prejudicar a sociedade no processo.
Economia diz que há um equilíbrio em cada uso de recursos como qualquer recurso tem usos alternativos. Pode-se sentir que se esforçar para o sucesso na vida futura exigiria uma troca drástica entre conquistas materiais e seguir a vontade de Deus. De fato, se luxúria material é preferível a vontade de Alá, haverá perda permanente na vida futura, mas isso não nos impede de não ter a capacidade de beneficiar bênçãos de Alá neste mundo.
O Islã não desencoraja buscar a generosidade de Deus no mundo. Uma oração no Alcorão diz o seguinte:
"... Mas a humanidade há alguns que dizem:" Nosso Senhor! Dê-nos (seus Bounties) neste mundo! "E para tal não haverá parte na outra vida. E um deles há alguns que dizem: "Nosso Senhor! Dá-nos neste mundo que é bom e no outro o que é bom, e livrai-nos do tormento do fogo! "
(Al-Baqarah: Verso 200-201)
Em Economia terminologia, o Islã não nos pede para ter uma solução de canto, quando os dois produtos em causa são "benefícios mundanos" e"investimento para benefícios de vida futura". Islã não exige que a abster-se completamente de bênçãos deste mundo, mas para ter uma vida equilibrada e uma composição equilibrada dos dois bens mencionados acima.
Tradução : Adilson Suleyman

domingo, 2 de setembro de 2012


Os Jogos de Azar

Maulana Ebrahim Makda

Na era de Jahiliya (ignorância), a batota (Pré-organizar disputa com adversário de forma que a vitória de um dos times já fosse certa.

Esse jogo foi comparado, pura batota! (dolo, engano) e os jogos de azar eram bastante comuns e praticados em abundância. Os ignorantes davam tanta ênfase a estas práticas, que muitas vezes chegavam ao ponto de colocar em jogo as próprias esposas e filhos.


A divisão de partes e transações de compra e venda eram baseadas nos princípios da batota. É neste contexto de transacções que se classificam as formas Muzabinah, Muháliqah, Malánissah, Bay-e-Irban e outras cujas referências encontram-se registadas nos livros de Hadices. (ditos Proféticos)

Todas elas são completamente proibidas no Shari’ah. (Lei Islâmica)
ALLAH Ta’ála criou o Homem com um único objetivo, que é a Sua adoração. Por essa razão, tudo o que possa impedir o Homem de cumprir com esse objetivo é proibido e deve ser condenável.


ALLAH afirma no sagrado Al-Qur’án:
“Ó crentes! Bebidas alcoólicas, jogos de azar, ídolos e as setas (de adivinhação) são impurezas das práticas do Shaitán(Satanás); abstenhais delas para que possais ser bem sucedidos. O Shaitán pretende criar entre vós, através das bebidas alcoólicas e dos jogos de azar, inimizade e ódio e tornar-vos negligentes da recordação de ALLAH e do Salát. Por conseguinte, será que ireis abster dos mesmos?”

[Al-Qur’án 5:90-91]

Nestes versículos, ALLAH Ta’ála adverte-nos claramente acerca das intenções malvadas do Shaitán, em envolver-nos no consumo das bebidas alcoólicas, nos jogos de azar, na batota, etc.


Hoje em dia, de entre as várias formas de batota e jogos de azar, temos as chamadas rifas e lotarias, onde o indivíduo desembolsa um certo valor monetário para a compra do bilhete, que contém determinados números.

Ao fim de cada semana ou mês, conforme estipulado pelos organizadores, é realizado o sorteio ou extração de números.

Se o número sorteado ou extraído corresponde ao do bilhete da pessoa, é lhe atribuído o prêmio, que pode ser em forma de valores monetários, artigos, serviços, etc.


Como ao comprar o bilhete o indivíduo tem ambas as possibilidades, de ser ou não o vencedor, o que é algo incerto, a isso chama-se Quimar e Maissar ou batota e jogo de azar.


Com estes fatos, a conhecida rifa “Moçambique dá Sorte” ou Mega Sena, Loto e etc... também é inserida neste contexto.

A compra, venda ou publicação desta rifa é proibida e considerada Harám (Ilícita , não permissível) perante o Shari’ah( Alei ).

O praticante não está somente a cometer um pecado grave mas também está a servir de propagador, tornando o pecado ainda maior.


Não é necessário ser intelectual para compreender os prejuízos e efeitos nefastos que os jogos de azar trazem.


A maior parte dos participantes são pessoas de camada média ou inferior, que pretendem melhorar a sua vida tentando concretizar sonhos em tempo recorde e aguardam que a sorte lhes venha bater à porta.

De fato vem, mas apenas na porta de uma ou no máximo de dez portas é que a sorte vem bater! Mas isso é uma gota no oceano comparado com as restantes pessoas que ficaram de fora sem ganhar nada, depois de terem gasto avultadas somas de dinheiro.


Da receita proveniente da venda, somente uma parte é destinada aos prêmios, que algumas vezes nem chegam a ser atribuídos, pelo fato do bilhete contendo o número sorteado não ter sido comprado.


As publicidades atrativas servem de “isca” para o pobre cair na esperança de sair vencedor e ver seus sonhos realizados, o que em 99,9% dos casos não acontece.

Este tipo de jogos torna ainda mais pobre o já empobrecido. Será que através disso, o povo em geral irá alcançar o bem-estar?


Vejamos agora a situação do vencedor, a tal gota no oceano; a pessoa que recebe o prêmio, de certeza que assim o conseguiu à custa do dinheiro despendido por milhares de infelizes que não tiveram a mesma sorte e que perderam todo o dinheiro a favor dos organizadores e do vencedor.


Naturalmente que isso criará inveja e ódio no seio das pessoas, e é exatamente isso que o Shaitán (Satanás) pretende através da batota e jogos de azar, conforme se referiu nos versículos anteriormente.


São inúmeras as pessoas que, no intuito de vencer os prêmios deste tipo de jogos, perderam avultadas somas de dinheiro, que bem poderiam servir para alimentar, vestir e satisfazer tantas outras necessidades prioritárias das suas famílias.
É lamentável a situação daqueles que, na esperança de ganhar um prêmio, jogaram anos após anos e despenderam rios de dinheiro, até chegarem ao ponto de ver as suas vidas arruinadas, pelo excesso de dívidas derivadas da compra desses bilhetes.

E as casas que ficaram desalojadas, famílias que se romperam, ódio, rancor, inveja e inimizade que resultaram desta prática, que só serve os interesses das “vacas gordas”?

Não é à toa que estes jogos são chamados “jogos de azar”.


No contexto da batota e dos jogos de azar, incluem-se também a Loto, Mega Sena , loterias e jogos de casino, que servem somente para arruinar a vida das pessoas e destruir milhares de famílias.

Todos eles são totalmente considerados Harám (Ilícito) e devemos abster-nos deles, pois ALLAH Ta’ála, na Sua infinita Graça, questiona-nos: “Será que ireis abster dos mesmos?”

[Al-Qur’án 5:91]

Tomara se os promotores de todos estes jogos, que somente criam mal-estar na sociedade, utilizassem as suas energias para a erradicação da pobreza, fome e miséria, em vez de contribuírem para o aumento dos mesmos.

Tradução: Suleyman Adilson Dias

Fonte: Sautul Isslam (A Voz do Islã) Moçambique

 

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Halal ou Haram eis a Questão !!! " Lícito ou Ilícito eis a Questão " !!!

HALÁL OU HARÁM, EIS A QUESTÃO!

Halál é uma palavra Al-Qur’ánica que

significa lícito, legal ou permitido. No que se

refere à comida, é o padrão Islâmico dietético,

segundo o prescrito na Shari‘ah (Lei

Isslámica). As linhas gerais do Al-Qur’án

ditam que todas as comidas são Halál, excepto

aquelas que são especificamente mencionadas

como Harám, isto é, ilícitas, ilegais ou

proibidas.

O Sagrado Al-Qur’án diz:

Ó, crentes! Comei dos alimentos puros

que providenciamos por sustento e agradecei

a ALLAH se for só a Ele que adorais.”

Capítulo 2, Versículo 172

Os alimentos proibidos são

especificamente mencionadas no Sagrado Al-

Qur’án nos versículos que se seguem:

Ele somente proibiu-vos o animal

encontrado morto, o sangue, a carne de suíno

e tudo que tenha sido degolado sob a

invocação de outro nome senão o de Allah...”

Capítulo 2, Versículo 173

São-vos proibidos o animal morto

(que morreu de morte natural), o sangue, a

carne de porco, os animais que foram

degolados sob a invocação de outro nome

fora de ALLAH, os animais estrangulados até

à morte, os mortos por espancamento, os

mortos devido à queda ou dilacerados e

mortos por chifres, os devorados

(despedaçados) por um animal carnívoro,

excepto os que são degolados ritualmente

ainda com vida. São-vos proibidos também

os animais sacrificados para os ídolos.”

Capítulo 5, Versículo 3

O consumo de álcool e produtos tóxicos

é proibido de acordo com o seguinte

ensinamento:

Ó crentes! A bebida alcoólica e os

jogos de azar, os ídolos e as setas de

adivinhação, são uma abominação do

trabalho de Satanás. Evitai-os para que

possais ser bem sucedidos.”

Capítulo 5, Versículo 90

A carne é o produto estritamente mais

regulado no grupo dos alimentos. Não somente

o sangue, a carne de porco e a carne de animais

mortos ou imolados são fortemente proibidos

aos olhos do ALLAH, exige-se também que

os animais Halál sejam abatidos pronunciando

o nome de ALLAH na altura do abate, tal como

o atestam os versículos que se seguem:

Comei dos alimentos sobre os quais o

nome de ALLAH tenha sido pronunciado se

acreditais nas Suas revelações.

Capítulo 6, Versículo 118

E não comeis dos alimentos sobre os

quais o nome do ALLAH não tenha sido

mencionado porque isso é uma abominação...

os demónios inspiram os seus amigos para

que discutam convosco. Mas se lhes

obedecerdes, por certo sereis idólatras.”

Capítulo 6, Versículo 121

Do mesmo modo, é permitido o

consumo pelos Muçulmanos, de todos os

alimentos puros e limpos. A Jurisprudência

Isslámica contém certos princípios descritos em

Hadices para determinar se um certo animal

ou ave é lícito ou ilícito.

Por: Maulana Nazir Lunat

Sautul Isslám

26

edição n.º 17

Na terminologia de Fiqh o termo “nãohalál”,

ao contrário de “Halál”, pretende

indicar que no sistema “Halál” e “não-halál”

do Shari’ah existem graus de contaminação e

não-contaminação, do mesmo modo que

existem níveis de legalidade e ilegalidade.

A seguir apresenta-se a definição de cada

um dos termos técnicos de Fiqh que se referem

aos graus de comida Halál e não-halál:

Halál (no contexto da comida) referese

aos alimentos que são positivamente legais

para serem consumidos pelo Muçulmano.

Harám – é o oposto do Halál e por isso

refere-se aos alimentos que são positivamente

ilegais e absolutamente proibidos.

Makruh – refere-se aos alimentos que

são abomináveis. Estes são classificados em

duas categorias:

Makruh Tanzihi – refere-se àquilo que

é ligeiramente reprovado. Estes estão próximos

do Halál.

Makruh Tahrimi – refere-se àquilo que

é severamente reprovado. Estes estão próximos

do Harám.

Mubáh – refere-se aos alimentos

neutros ou indiferentes, que podem ser

consumidos ou evitados; “Ibáhat

(permissibilidade, legalização) é o princípio

básico de todas as questões e coisas que o

Shari’ah não proibiu nem condenou.

Mashkuq existe uma área cinzenta

entre o claramente legal e o claramente ilegal.

Esta é a área do que “é duvidoso”. O espírito

Isslámico ordena aos Muçulmanos a evitarem

coisas duvidosas de forma a manterem-se

longe do que é ilegal. Rassulullah S.A.W. disse:

Halál é claro e o Harám é claro. Entre os

dois existem questões duvidosas sobre as quais

as pessoas não sabem se são Halál ou Harám.

Quem os evita para salvaguardar a sua religião

(Din) e a sua honra está salvo, enquanto se

alguém se satisfaz nele pode estar a satisfazerse

no Harám...”

O Isslám é uma religião compreensiva

que guia os Muçulmanos através de um

conjunto de regras que orientam todas as

facetas da vida. Uma vez que a comida é uma

parte importante do dia a dia, as leis sobre a

comida revestem-se de especial significado.

A filosofia Isslámica sustenta que a

comida consumida pelo Homem afecta não

só a sua constituição física, como também o

seu carácter moral e o estado espiritual.

HALÁL E HARÁM POR

CATEGORIAS

As comidas lícitas e ilícitas podem ser

agrupadas em categorias:

O Reino Animal

Este inclui animais terrestres e peixes

(com barbatanas e guelras).

Todos os peixes do mar e águas fluviais

são permitidos. Há porém, diferença de opinião

entre os Juristas sobre a permissão de outros

frutos do mar, por exemplo, camarão,

caranguejo, etc. Não há nenhuma exigência

no abate de animais aquáticos.

Entre os animais terrestres, o porco é

especificamente proibidos, bem como os

animais carnívoros, certas aves e outros

animais.

Os produtos derivados (ovos, leite) dos

animais Halál, enquanto vivos são permitidos

para os Muçulmanos, salvo se houver

contaminação por qualquer ingrediente

proibido nos produtos inicialmente Halál, por

exemplo, o uso de pepsina ou coalheira animal

na indústria do queijo.

27

Sautul Isslám edição n.º 17

O Reino Vegetal

Todos os produtos derivados de plantas

são legais para o consumo do Muçulmano,

excepto quando forem fermentados até

ficarem alcoólicas ou quando conterem tóxicos

ou ingredientes prejudiciais aos humanos.

O Reino Mineral

Geralmente as substâncias derivadas de

fontes minerais ou petrolíferas são Halál

excepto aquelas que podem tornar-se tóxicas

ou aquelas que constituem perigo para a saúde.

COMPREEENSÃO DA NATUREZA

DOS ANIMAIS HALÁL E HARÁM

Todas as vidas , tanto as dos animais

assim como as dos humanos pertencem a

ALLAH. Contudo, os animais foram criados

para o benefício do Homem, pelo que este

deve tratá-los adequadamente. É com esta base

que o Isslám considera determinados animais

como sendo alimento para o Homem e

prescreve como a respectiva carne pode ser

tornada pura e lícita (Halál) para o consumo.

O Al-Qur’án ordena à Humanidade a

consumir o que é Halál, criado por ALLAH

na terra e a não obedecer os passos do satanás.

Por isso, a moderação é a melhor forma,

porquanto não se deve comer tudo

indiscriminadamente, nem abster-se de comer

o que é bom e lícito, como fazem os ascetas.

As categorias que se seguem, incluindo

seus derivados ou por si contaminados, são

declaradas ilícitas (Harám):

Carne putrefacta ou animais mortos

(morte natural). Aqui estão incluídos os mortos

por estrangulamento, por embate violento, por

queda de cabeça, feridos até à morte ou

devorados por outro animal selvagem. A carne

putrefacta e animais mortos são impróprios

para o consumo humano, pois o processo de

decomposição conduz à formação de químicos

prejudiciais ao Ser Humano.

Sangue fresco ou coagulado. O

consumo de sangue seja de que animal for é

Harám, pois este contém organismos

causadores de várias doenças. Tais organismos

circulam no sangue sem que o corpo manifeste

qualquer sintoma da doença, daí que seja

prejudicial consumir sangue. Igualmente, a

carne que contenha muito sangue constitui um

perigo potencial de contracção de doenças

causadas por organismos contidos no sangue.

O sangue tirado dos animais contém bactérias

prejudiciais, produtos de metabolismo e

toxinas. Daí que o método a usar no abate do

animal para consumo humano deve permitir o

dreno total do sangue nele existente. Um dos

efeitos prejudiciais no consumo de sangue e

da carne rica em sangue é psicológico, pois tal

pode induzir a uma psicose carnívora e, por

consequência, a um comportamento

antropófago e violento.

Porco e seus derivados. Serve como

vector para os vermes patogénicos penetrarem

no corpo humano. As infecções causadas pela

Traquinela Spiralis e Ténia Solium são

comuns. O ácido gorduroso, a composição da

gordura de porco, é incompatível com a

gordura humana e sistemas bioquímicos. A

carne do porco é expressamente proibida e

descrita como imunda e impura, pois o porco

vive na imundície, dela se alimentando, pelo

que o Isslám nos proíbe tudo o que seja sujo e

não higiénico.

Sautul Isslám

28

edição n.º 17

No caso da carne suína, não é apenas o

Al-Qur’an que impõe a proibição no seu

consumo mas também a Bíblia:

Também o porco, porque tem unhas

fendidas e a fenda das unhas divide em duas,

mas não remói, este vos será imundo. Da sua

carne não comereis, nem tocareis no seu

cadáver, estes vos serão imundos.

Levítico 11, Versículos 7 e 8

Animais degolados ou abatidos

pronunciando outros nomes fora de ALLAH.

Animais degolados ou abatidos sem o

pronunciamento do nome de ALLAH.

Animais mortos de forma que seu

sangue não tenha saído na totalidade. Os

animais que morrem por causas naturais são

universalmente considerados como ilícitos ou

impróprios para o consumo humano. Os

animais podem também morrer devido a

doenças ou ao comer plantas venenosas, sendo

por isso impensável considerar a carne desse

tipo de animais para alimentação.

Animais que utilizam dentes ou garras

para caçar e devorar as suas presas, como

leões, leopardos, ursos, lobos, cães ou gatos

são também todos Harám.

Há ainda os que mesmo sendo

herbívoros, como é o caso do burro, da mula

e do elefantes, são Harám;

Aves com unhas aguçadas que

recorrem às suas garras para caçar ou rasgar

as suas presas (aves de rapina), como falcões,

águias, mochos, abutres, etc. As aves que não

recorrem às suas garras para caçar e que

alimentam-se de grãos, como por exemplo, a

galinha, o pato, o pombo, o peru ou o avestruz,

são Halál.

Os que não têm sangue, como mosca,

aranha, escorpião, formiga, piolho, gafanhoto,

etc.). Exceptuando o gafanhoto que é Halál,

todos os outros são Harám.

Os que têm sangue, mas que não é

corrente (cobra, lagartixa, osga, etc.), todos

eles são Harám.

Os que têm sangue corrente, como o

rato e a toupeira, que escavam a terra vivendo

debaixo dela, esses são Harám. Deste grupo

exceptua-se o coelho que é Halál.

Os animais que têm sangue corrente e

que se alimentam de ervas e grãos, não rasgam

com os seus dentes nem caçam, sejam eles

domésticos ou selvagens, são Halál; por

exemplo, o cabrito, o camelo, o boi, o carneiro,

o búfalo, a gazela.

PARTES DE ANIMAIS ABATIDOS

QUE NÃO SE PODEM CONSUMIR

Nos termos de Shari´ah, é Makruh

Tahrimi consumir as seguintes partes de

animais ou aves, mesmo que estes sejam Halál,

e devem ser completamente evitadas:

Órgãos sexuais do macho e da fêmea;

Os testículos;

A bexiga;

A vesícula biliar (isto inclui a bílis);

O sangue dum animal ou ave abatido

que foi derramado;

29

Sautul Isslám edição n.º 17

O gânglio (i.é, qualquer pedaço rijo na

parte tendinosa). Um pedaço de carne

proveniente de doença entre a pele e a carne.

Um quisto como inchaço do tendão. (Isto inclui

as glândulas que tenham se tornado espessas;

a medula espinal, veias e nervos que se

tornaram rijos, e também o tecido ósseo rígido

ligado ao osso).

É Makruh consumir a carne de animais

que habitualmente se alimentam de sujidade

sem que antes sejam mantidos num local

fechado (de “quarentena”) durante algum

tempo e alimentá-los com produtos limpos e

sãos, limitando-os deste modo o consumo de

sujidade antes de serem degolados.

O período de “quarentena”

recomendável é de três dias para a galinha,

quatro para o cabrito e dez para o boi ou o

camelo.

DA CONSCIÊNCIA ENTRE

O HALÁL E O HARÁM

A falta de cuidado no consumo de

alimentos duvidosos ou Harám é um sinal de

um Imán (fé) “doente”. Se o estado de

negligência sobre o que se consome perdurar,

futuramente o Halál/Harám serão

eventualmente vistos como assuntos triviais,

fazendo com que o Imán “sufoque” e “morra”.

A julgar pelo crescente número de

Muçulmanos que comem fora em casas de

pastos ou em outras lojas de comidas rápidas,

parece que esta tendência é crescente, em

proporções alarmantes no seio dos

Muçulmanos.

O Harám está-se a tornar tão comum e

corrente entre as pessoas, que dificilmente

ficam chocadas ou perturbadas, quando algo

é descoberto como sendo Harám, embora

possam estar a consumir tal coisa há muito

tempo. Quase que nem pestanejamos. Nem o

remorso ou um pouco de sentimento de culpa

toca o nosso coração. Este é um sinal claro de

um coração dessensibilizado.

No passado, as pessoas podiam não ser

muito escolarizadas ou informadas como

parece hoje, mas estavam conscientes das

questões do Halál/Harám. A estes assuntos

era lhes dedicada enorme atenção, mesmo as

crianças pequenas eram avisadas (ensinadas)

a observar para sempre em suas mentes e

corações os preceitos Isslâmicos.

E porque as pessoas se tornaram tão

desleixadas no que respeita ao Harám?

Parte da resposta pode ser encontrada

numa atitude cada vez mais vulgar e num

equívoco que prevalece: pensa-se que desde

que a pessoa não saiba que determinada coisa

é Harám, consumi-la não o fará mal. Tal forma

de pensar está totalmente errada.

Os efeitos do Harám permanecerão, não

importa se o produto foi consumido com

conhecimento ou sem conhecimento. É como

consumir veneno. Somente um apoucado de

inteligência poderá acreditar que a falta de

conhecimento sobre uma substância venenosa

irá neutralizar o efeito do veneno. O veneno é

veneno e assim permanecerá independentemente

do conhecimento ou ignorância sobre

os seus efeitos: irá actuar, matar ou causar

sérios danos.

Com as comidas Harám é a mesma

coisa. Matam espiritualmente ou causam sérios

danos espirituais ao consumidor.

Sautul Isslám

30

edição n.º 17

A ORIGEM DO PROBLEMA

De entre a longa lista de comidas

duvidosas e Harám, os produtos à base de

carnes estão em primeiro lugar.

Tais produtos, nas suas variadas formas,

são preparados e vendidos em casas de

comidas rápidas em todo o lado sob o disfarce

de “Halál”.

Os certificados Halál duvidosos são

exibidos para os Muçulmanos desatentos. Estes

ficam satisfeitos com esta segurança duvidosa,

compram e consomem sem hesitações. Pior

ainda, mesmo as suas famílias, inocentes estão

expostas àquela situação. Tal prática é

prenúncio de mal-estar para o futuro do

Ummah Muçulmano.

A maior preocupação é o número cada

vez mais crescente de casas de pastos não-

Muçulmanas, mas que ostentam o sinal Halál.

Várias vezes têm sido alertados os

Muçulmanos para tal situação, mas

infelizmente parece que tais alertas caiem em

ouvidos de mercador.

Os doces e comidas enlatadas não devem

ser consumidos sem, pelo menos, verificar os

seus ingredientes. Quando houver dúvida sobre

algum produto deve-se, primeiro, esclarecer a

questão junto dos Ulamás.

Alguma vez ao comer no MacDonalds

ou no Chicken Licken, ou ao fazer compras

no Shoprite ou no Pick’n Pay já reparou nos

rótulos da comida que compra? Ou já

questionou a carne do seu talho local? Tem a

certeza de que tais produtos são o que dizem

ser - Halál? Já reparou na diferença dos rótulos

que dizem Halál dos produtos processados?

Serão esses rótulos uma garantia de que os

produtos são de facto Halál? Já se sentiu

confundido com a variedade de certificados e

logos que clamam pela autenticidade Halál?

Conhece os padrões desses rótulos? Qual é a

eficiência do seu processo de monitoria ou será

a instituição certificadora suficientemente

competente para ser uma autoridade na

certificação do produto?

É tendo em vista este facto que o Isslám

tem sempre demonstrado grande precaução

sobre o que quer que seja consumido. Nada

deve ser consumido sem ter analisado

cuidadosamente a sua fonte e ingredientes.

Apesar de os fabricantes, em muitos países,

serem forçados por lei a revelar os ingredientes

de comidas processadas, ainda são capazes de

camuflar a verdade por detrás da linguagem

científica e terminologias complicadas.

O consumidor Muçulmano menos

desconfiado, ditosamente desprevenido deste

facto, consome com prazer o produto que pode

conter um ingrediente Harám, tal como a

banha de porco ou certos emulsionantes, sem

se aperceber de que está a prejudicar-se.

ALGUNS FACTOS SOCIAIS

Hoje em dia, nota-se em nossas urbes e

não só, o uso abusivo e indiscriminado do

termo Halál em quiosques, bares, restaurantes,

etc.

É questionável se os que escrevem essa

palavra sabem ou não o seu real significado, o

seu alcance, bem como as suas implicações.

É frequente o seu uso em locais

incompatíveis com o significado da própria

palavra, como por exemplo em locais onde se

servem bebidas alcoólicas, se consomem

carnes impróprias para os crentes Muçulmanos

e onde se praticam actos devassos.

Há relativamente pouco tempo foi

inserido num dos jornais de grande tiragem

31

Sautul Isslám edição n.º 17

da praça, um anúncio relativo à vinda de um

músico da Índia, e sobre o concerto que iria

ter lugar na vizinha África do Sul. No mesmo

anúncio, para além dos preços para o referido

concerto, constava: “Jantar Halál”. Mas será

que o Halál está confinado apenas à refeição?

Será que o concerto em si era Halál? Isto é

como procurar uma refeição Halál que

entretanto é regada com cerveja ou vinho. Aí

já não se quer saber se o que vem a seguir

também é Halál.

Quer parecer que muitos dos que fazem

uso deste termo devem pensar que se trata de

um rótulo ou marca comercial.

O conceito Halál não se restringe apenas

à comida e à bebida, mas também ao vestuário,

ao negócio, à adoração às relações sexuais,

enfim, à toda actividade quotidiana.

Cada muçulmano quando adquire

comida ou carne, deve investigar a sua

proveniência, bem como a sua composição,

para aferir se o que está comprando é Halál

ou não. O Muçulmano deve ser muito

cuidadoso na aquisição de produtos

alimentares em estabelecimentos, devendo

antes ler os rótulos para saber quais os

ingredientes usados no seu fabrico, pois por

vezes um único ingrediente não-Halál, torna

todo o produto Harám. Por exemplo, as

bolachas, os bolos, as sopas, os sorvetes, os

doces, os chocolates, etc., não se devem

comprar, nem se devem comercializar sem

antes se determinar os seus ingredientes.

Infelizmente entre nós, há alguns

Muçulmanos desleixados, atraídos pelo

aparente brilho social dos outros, a ponto de

os transformarem em seus ídolos, assimilando

os seus hábitos e costumes, muitas vezes

bizarros, tudo fazendo para não os contrariar.

E se alguma prática isslámica faz parte dos

hábitos desses ídolos, ficam animados e

satisfeitos, mas se tal prática contraria os

ensinamentos isslámicos, tentam sempre

encontrar alguma forma de interpretação ou

harmonização com o único fito de agradar a

esses seus patrões.

Para esses, o Halál é o que foi

decretado Halál pelos outros e o Harám é o

que foi decretado Harám pelos outros.

Esqueceram-se que o Isslám é a palavra de

ALLAH, sendo uma palavra completa, para

ser seguida.

Portanto, o Muçulmano não só

deve abster-se do Harám, mas também das

coisas duvidosas, e cada um deve conhecer as

coisas Harám para que assim se possa abster.

MALEFÍCIOS DO HARÁM

O Harám é espiritual e físicamente

prejudicial. ALLAH Ta’ ala, na Sua infinita

Bondade e Graça para com os Seus servos,

proibiu o consumo de Harám devido aos seus

terríveis efeitos no corpo e alma do Homem.

O Harám está poluído e contaminado.

Surge e desenvolve-se da imundície. A sua

composição é sobretudo de imundície. Isto

causa sérios danos aos órgãos, tecidos e outras

partes do corpo. A saúde humana é atingida e

vulnerável a doenças. Assim, o corpo é sujeito

a tormento, dor, sofrimento e agonia. O trauma

mental resultante dessa situação é uma fonte

adicional de angústia.

Para além disso, a doença, no mundo

actual, é uma calamidade; é muito caro ficarse

doente hoje em dia. Os custos médicos são

elevados e proibitivos e é por si só um assunto

doloroso.

Sautul Isslám

32

edição n.º 17

A ABSTINÊNCIA É A MEDIDA

DE UMA PESSOA SENSÍVEL

Face ao que foi descrito, por um lado, é

melhor e sensato praticar um pouco a restrição

e abstinência do Harám e comidas duvidosas,

poupando-se neste caso a desastres físicos e

espirituais.

Por outro, uma atitude descuidada sobre

este assunto – comer sem cuidado – as suas

consequências manifestar-se-ão tarde ou cedo.

Uma pessoa inteligente e sensível optará

por uma atitude de precaução e abstinência

quando for necessário. Refrear os desejos do

coração e as vontades do estômago é o segredo

de uma pessoa íntegra e a forma de ser dos

Muçulmanos devotos.

O CUMPRIMENTO DAS LEIS

ESTABELECIDAS POR ALLAH

Os princípios básicos sobre a lei dos

alimentos são mencionados no Al-Qur’án. As

leis sobre alimentos são explicadas e postas

em prática através do Sunnah (a vida, acções

e ensinamentos de Rassulullah S.A.W. e suas

ilustrações pelos Sahábas R.A.), segundo

registos em Hadices. Estas leis são

rigorosamente observadas pelos Muçulmanos,

independentemente da etnia e origem

geográfica.

A aplicabilidade das leis se enquadra em

vários contextos, de entre os quais salientam-se:

O consumo de carne putrefacta

e animais mortos

É geralmente reconhecido que comer

carne putrefacta é ofensivo para a dignidade

humana e nenhuma pessoa sã a consome, mas

a carne de animais mortos não é fora do

comum nos países ocidentais.

Um certo número de animais morre de

choque antes de serem devidamente abatidos.

A carne de tais animais não seria apropriada

para o consumo dos Muçulmanos. Por isso, é

necessário que haja uma monitorização

adequada e supervisão cerrada pelos

Muçulmanos nos matadouros.

Abate adequado

Existem requisitos rigorosos a obedecer

para o abate de animais:

a) O animal deve ser da categoria Halál.

b) O animal deve ser abatido por um

Muçulmano.

c) O nome de Allah deve ser

pronunciado no momento do abate;

d) O abate deve ser feito cortando o

pescoço num certo ponto, abaixo da glote e a

base do pescoço, de modo que o animal tenha

morte rápida. O esófago deve ser cortado

juntamente com a veia jugular e a artéria

carótida. A corda espinal não deve ser cortada

e nem a cabeça deve ser cortada

completamente.

e) Existem outras condições que também

devem ser observadas. Estas incluem dar um

tratamento adequado ao animal, o uso de uma

faca bem afiada, etc. Estas condições garantem

que haja um bom tratamento ao animal antes,

durante e depois do abate.

A partir do exposto está claro que ambos

a Fé e o exacto método são condições

essenciais para o abate Isslámico de animais

correctamente.

A obrigação de pronunciar o nome de

ALLAH antes de degolar um animal serve para

enfatizar a santidade da vida e o facto de que

toda a vida pertence a ALLAH.

33

Sautul Isslám edição n.º 17

Se um Muçulmano omitir

intencionalmente o pronunciamento do nome

de ALLAH no abate do animal, será

considerado Harám mesmo se as veias e

artérias exigidas tiverem sido cortadas

(Capítulo 6, Versículo 121 anteriormente

mencionado).

Contudo, se o abatedor tiver tido a

intenção de mencionar o nome de ALLAH,

mas devido ao esquecimento tiver omitido, o

animal será, neste caso Halál.

Pronunciar o Tassmiyah ou apenas

BISSMILLAH’também se traduz em

sentimento de carinho, compaixão e serve para

prevenir a crueldade.

Métodos modernos de

morte por choque

Ao contrário dos métodos envolvendo

choques eléctricos ou mecânicos, o método

Isslámico é sem dúvidas o melhor, mais digno

e mais eficiente no abate de animais para

consumo.

Produz morte devido á rápida perda de

sangue, elimina a dor e permite que o animal

sangre totalmente. A história dos matadouros

eléctricos e mecânicos prova claramente que

depois de mais de meio século de experiências,

não há um único método de morte por choque

que pode ser considerado “digno” para os

animais ou que produza carne da qual o

máximo possível de sangue tenha sido extraído.

O único beneficiário do abate eléctrico ou

mecânico de animais é a indústria de carnes.

Estes métodos proporcionam uma alta

produtividade no processamento de carnes.

Usando estes métodos, uma larga quantidade

de animais pode ser abatida num determinado

tempo e as vantagens económicas são dessa

forma muito maiores.

Tem sido no interesse dos

estabelecimentos comerciais a aplicação de

métodos que envolvem o abate por choque

como uma maneira de impedir que o animal

fira os abatedores.

Muitas vezes, o valor comercial é bem

sucedido em conseguir passar a legislação para

apoiar e fazer vencer aqueles métodos.

Sendo o Isslám uma religião viável para

todos os tempos, questões contemporâneas são

revistas caso a caso pelos Juristas Isslámicos.

Portanto, dados os constrangimentos

apresentados, alguns métodos de choque têm

sido permitidos.

Os matadouros que implementam os

métodos de choque necessitam de ser

rigorosamente monitorados, visto que alguns

animais morrem depois do choque e antes do

abate (ou por fraqueza ou por atraso no abate

depois de sofrerem o choque, ou devido à

contundência do aparelho de choque). Isto

torna o animal Harám.

Mais ainda, se não pode ser certificado

se o animal morreu antes ou depois do abate,

a carne tornar-se-á duvidosa. Será, portanto,

não permitida para o consumo dos

Muçulmanos.

Abate mecânico

Desde que as condições básicas para o

abate Isslâmico, anteriormente descritas, sejam

adequadamente obedecidas, a legalidade do

abate mecânico pode ser considerada.

Mais ainda, o operador da máquina e a

pessoa que manuseia as aves no local do abate

deve ser Muçulmana e o nome de ALLAH

deve ser pronunciado no abate de cada ave (o

pronunciamento gravado é totalmente

Sautul Isslám

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edição n.º 17

incorrecto). Todas as veias e artérias devem

ser devidamente cortadas para permitir que o

animal sangre total e adequadamente.

Apesar deste método não estar de acordo

com o Sunnah, pode porém ser aceitável se as

condições mencionadas forem cumpridas.

Suíno

Carne de porco, banha ou qualquer

produto ou ingrediente derivado, são

categoricamente proibidos para o consumo do

Muçulmano. Todas as possibilidades de

contaminação a partir da carne de porco para

os produtos Halál devem ser evitadas

completamente.

De facto, no Isslám, a proibição vai para

além do consumo; por exemplo, um

Muçulmano não deve comprar, vender,

transportar, abater ou tirar benefícios, de forma

alguma, de suíno ou outros meios Harám.

Sangue

O sangue que se derrama (em líquido)

não é geralmente vendido nos mercados ou

consumido, mas os produtos que são feitos a

partir do sangue e seus ingredientes são.

Existe uma concordância geral entre os

estudiosos religiosos de que qualquer alimento

obtido a partir do sangue é ilícito para os

Muçulmanos.

Álcool e outros tóxicos

As bebidas alcoólicas, tais como o vinho,

a cerveja e as bebidas espirituais são

estritamente proibidas. Os alimentos que

contêm quantidades de álcool, por menores

que sejam, são também proibidos pois, tais

alimentos, por definição, tornam-se impuros.

As drogas e outros tóxicos que afectam a

mente, saúde e o desempenho em geral são

também proibidos. Os tóxicos são

considerados prejudiciais para o sistema

nervoso por afectarem os sentidos e

discernimento humanos, o que conduz a

problemas sociais e familiares e em muitos

casos à morte. O consumo directo, ou

misturado com alimentos, destes produtos são

completamente ilícitos.

Aditivos, produtos derivados

e constituintes extraídos

O princípio é de que se um aditivo ou

extracto é derivado de uma fonte Halál, então

este também será Halál, e poderá ser

adicionado às misturas de comidas Halál sem

afectar de forma alguma o produto final.

Porém, se o aditivo for derivado de uma

fonte não-Halál, então este também não será

Halál, e irá contaminar o produto final se for

adicionado à misturas de comidas. Os aditivos

Harám contaminam o produto final e tornam

o alimento ilícito para o consumo do

Muçulmano.

Os aditivos, temperos e outros de origem

não animal e não alcoólica são unanimamente

aceites.

Higiene

As comidas Isslámicas estão baseadas na

limpeza, saneamento e pureza. Todos os

utensílios devem estar limpos e livres de

contaminação de quaisquer substâncias ilícitas

e impuras.

É nosso Duá fervente de que

ALLAH faça deste sonho uma realidade

e guie a todos nós para que nos

empenhamos ao serviço da Humanidade

e que Ele seja agradado por todos nós.

Ámeen.
FONTE : SAUTUL ISLAM - MOÇAMBIQUE